Código de resposta rápida. Esse é o nome completo do QR Code (Quick Response Code). Embora esteja sendo mais notado — e adotado — apenas agora, ele já tem 25 anos: foi criado em 1994 pela Denso-Wave (uma empresa do Grupo Toyota), no Japão.
O QR Code é uma evolução do código de barras — que existe desde 1970 e revolucionou a identificação de produtos. Ele consiste em um gráfico 2D (o código de barras comum usa apenas uma dimensão, a horizontal, enquanto o QR usa a vertical e a horizontal) que pode ser lido pelas câmeras da maioria dos celulares (alguns modelos ainda requerem aplicativos específicos para isso).
A Denso-Wave, quando o criou, o fez para facilitar a classificação de peças de carros. Logo, entretanto, ficou claro que ele poderia ser útil em outros segmentos. Ele foi, então, aprimorado e passou a ser usado para oferecer mais informações e até conteúdo exclusivo — já que tem alta capacidade de armazenamento de dados.
Como é um código visual, só precisa ser lido de forma completa. Ou seja, pode estar em forma digital, em um dispositivo, ou física, impresso. Uma de suas vantagens é levar o consumidor diretamente aonde se quer que ele vá. Ou seja, elimina a necessidade de inserção de endereços em navegadores de smartphones (tarefa que pode ser árdua em alguns aparelhos).
Inicialmente, ele era bastante usado para oferecer conteúdo extra. Era comum receber panfletos, por exemplo, com um código que, ao ser escaneado pelo celular, direcionava para um site. A maioria dos usuários, entretanto, não o aproveitava bem: era comum chegar a páginas pouco atraentes e até pensar por que alguém faria uma ação desse tipo.
Depois, ele passou a servir como suporte a compras. Assim, um restaurante poderia distribuir panfletos com seu código e informar que ele levava à sua loja virtual para permitir que o cliente fizesse seu pedido lá diretamente. Outra possibilidade era permitir que um telespectador comprasse produtos apresentados em programas de TV.
Identificação de animais de estimação também se tornou um nicho importante, já que os proprietários dos bichinhos querem mantê-los protegidos. Uma coleira, por exemplo, pode ter um QR Code com os dados do pet. Assim, se ele se perder, quem o encontrar vai ter mais facilidade para saber como agir.
Em 2015, foi a vez do WhatsApp adotar o QR Code ao criar uma versão para computador, o WhatsApp Web — que, hoje, é preferida por muitos. A tecnologia passou, então, a ser usada para fazer a validação do usuário quando ele espelha o aplicativo na web.
Outro exemplo de uso para validação é o adotado pelo aplicativo Sympla (que vende ingressos para os mais variados tipos de eventos). Os códigos emitidos permitem que os bilhetes sejam autenticados rapidamente.
O QR Code pode ser usado, ainda, para reforçar a segurança em condomínios. Quando um morador faz uma festa, a entrada de visitantes deve ser liberada previamente (ou durante a atividade). Uma forma de facilitar isso é possibilitar que o condômino envie um QR Code aos convidados — assim, a entrada deles se torna muito mais fluida.
O conceito não é novo, mas agora parece ter sido redescoberto: isso porque suas qualidades como forma de validação (o que possibilita fazer pagamentos, por exemplo) e facilidade de permitir o compartilhamento de informações deram novas funções ao QR Code.
Por isso, há alguns meses, ele tem ganhado muita atenção e passou a ser cada vez mais utilizado em pagamentos. E a tendência é de que o crescimento se mantenha: um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) aponta que mais de 80% dos varejistas pretendem adotar aplicativos e QR Codes como meios de pagamento nos próximos 12 meses.
Para aumentar a base de clientes, é comum que vantagens sejam oferecidas a quem aceita experimentar a novidade. Uma das primeiras ações a envolver pagamentos com QR Code foi feita pelo Mercado Pago: no segundo semestre de 2018, eles já ofereciam descontos ou produtos gratuitos para quem usasse a facilidade.
Algum tempo depois, foi a vez do iFood: a plataforma implantou a opção de pagamento instantâneo e, para atrair os clientes e garantir que eles adotassem o recurso, passou a oferecer cashback a eles. A promoção ainda está em vigor.
Mais recentemente, algumas estações de metrô e de trem na capital paulista iniciaram um teste de venda de bilhetes unitários com a tecnologia — na CPTM, 25% dos passageiros pagantes utilizam esse tipo de bilhete e, no Metrô, 15%. Em 11 dias, foram vendidas 31.400 unidades: 90,2% em bilheterias, 6,8% em máquinas de autoatendimento e 3,1% no aplicativo VouD. A ideia é que o QR Code substitua o bilhete magnético no futuro.
O QR Code chegou também à floricultura Esalflores. Com um diferencial: enquanto muitos estabelecimentos ainda têm de computar manualmente as vendas feitas com o uso do código, ela incorporou essa etapa diretamente ao procedimento de checkout nos pontos de venda.
Bancos digitais, como Nubank e Inter, usam o QR Code para validar transações. Assim, é possível fazer transferências a partir da leitura da imagem, que tem todas as informações das contas envolvidas.
olhardigital