O TikTok está causando uma dor de cabeça na concorrência com outras plataformas e a situação não é diferente com o YouTube. A plataforma de vídeos do Google vem sofrendo problemas nas receitas em meio à batalha contra o aplicativo chinês.
A controladora Alphabet, um conglomerado que possui várias empresas vinculadas ao Google, divulgou nesta semana um relatório em que anuncia um declínio na receita do YouTube. A queda é de US$ 7,2 bilhões (cerca de R$ 38,3 bilhões) em 2021 para US$ 7 bilhões (R$ 37,2 bilhões) neste ano.
O declínio é o primeiro do YouTube desde que a Alphabet começou a relatar separadamente o desempenho da plataforma de vídeos, anos atrás. Antes uma empresa dominante na internet, o serviço do Google vem demonstrando uma desaceleração financeira.
Um dos motivos para os resultados negativos do YouTube é o agravamento econômico global existente nos tempos atuais. A realidade vem trazendo um aumento da inflação pelo mundo e o setor de publicidade vem sofrendo grandes transtornos, gerando uma retração no segmento.
“Quando o Google tropeça, é um mau presságio para a publicidade digital em geral”, afirma Evelyn Mitchell, analista principal da Insider Intelligence, em entrevista ao The Guardian.
Mitchell aponta que a competição entre o YouTube e o TikTok se intensificou nos últimos anos e o mundo esteve atento aos acontecimentos envolvendo as plataformas. “As receitas de anúncios do YouTube caíram pela primeira vez desde que o Google começou a relatar os ganhos da plataforma separadamente no quarto trimestre de 2019, em grande parte devido à concorrência persistente em streaming e vídeos curtos”, disse.
Segundo um levantamento do mês passado da Data.AI, o TikTok é o primeira colocado em gastos do consumidor ao redor do mundo, seguido pelo próprio YouTube. Por outro lado, a distância é maior em usuários ativos: a plataforma chinesa está em quinto lugar nessa lista e o serviço do Google sequer se encontra no Top 10.
O panorama indica a mudança das tendências do mundo atual. Enquanto o YouTube traz o formato tradicional de vídeos mais longos, mais intervalos de anúncios e possui um público “mais antigo”, o TikTok é a principal plataforma dos vídeos mais curtos e apresenta a “rolagem infinita”.
Isso forçou o YouTube a realizar algumas mudanças internas e alterar planejamentos. Com isso, a plataforma seguiu o estilo TikTok ao trazer o “Shorts”, com um serviço que oferece vídeos verticais de até 60 segundos em uma rolagem infinita. No entanto, apesar da novidade, o aplicativo chinês seguiu e segue liderando as tendências de vídeos curtos.
Apesar disso, o TikTok também vem adicionando recursos que já são oferecidos pelo YouTube, como os serviços de transmissão ao vivo e uma loja de compras – a empresa também está estando um player de música. Além disso, o aplicativo chinês aumentou recentemente a duração máxima de seus vídeos para 10 minutos, três vezes a mais do que o limite anterior e bastante superior ao limite de 15 segundos que era permitido inicialmente.
Portanto, o setor das mídias sociais ainda deve observar várias reviravoltas e acontecimentos. Além do YouTube e do TikTok, outras plataformas como o Facebook e o Instagram (empresas da Meta) e iniciantes como o BeReal buscam oferecer cada vez mais serviços ao público, principalmente os adolescentes. Vale ficar de olho.
Informações via The Guardian / Olhar Digital