A saúde mental é um tema muito discutido atualmente. A conscientização leva as pessoas a se cuidarem cada vez mais. E, por isso, muitos adultos identificam sintomas de TDAH, assim como em crianças.

O distúrbio é caracterizado, principalmente, pela falta de atenção e fácil distração. Isso pode gerar problemas no desenvolvimento e relacionamento das crianças, bem como nas atividades executadas por adultos.

Continue a leitura e entenda o que é, quais são os sintomas de TDAH, como diagnosticar, além das causas e formas de tratamento!

TDAH: o que é?

O TDAH é a sigla para Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. O distúrbio neurológico geralmente é identificado na infância.

Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, cerca de 60% dos adultos continuam com os sintomas quando crescem.

O transtorno é de origem genética. O ambiente pode potencializá-lo, mas não é o causador. As pessoas que o possuem são inquietas, desatentas, impulsivas e agitadas. Entretanto, há tratamento!

Tipos de TDAH

De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, conhecido como DSM-IV (na sigla em inglês), o distúrbio pode ser classificado de três maneiras. Inclusive, há registros do TDAH desde o século 19:

Predomínio de sintomas de desatenção: pessoa com dificuldade de se concentrar por um certo período em uma atividade, por se distrair facilmente.

Predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade: pessoas enérgicas, com pensamento muito acelerado.

TDAH combinado: as pessoas apresentam comportamentos de ambas as partes, são desatentas na rotina, inquietas, impulsivas e mais explosivas.

Quais os sintomas de TDAH em crianças?

Apesar do distúrbio se diferenciar em tipos específicos, há uma série de características muito comuns. Os sintomas acabam por ser diferentes para crianças e adultos.

Veja os principais comportamentos que caracterizam o que é o TDAH infantil:

• Agitação

• Inquietude

• Movimentação de partes do corpo, como pé e mãos

• Dificuldade de concentração em atividades longas

• Fácil distração

• Muita conversa

As crianças têm dificuldade de se relacionar com as outras, com pais, responsáveis e educadores. Elas podem não parar quietas de jeito nenhum ou mesmo parecer “no mundo da lua”.

O comportamento também é afetado. Há dificuldade no entendimento de regras e limites por parte dos adolescentes.

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), os meninos têm maior tendência a serem hiperativos que as meninas. Ao mesmo tempo, todos são desatentos.

Como é o TDAH em adultos?

Já os adultos possuem comportamento um pouco diferente. Primeiro, vale ressaltar que nem todo mundo carrega o distúrbio para o futuro, mas a maioria sim.

A hiperatividade não é um comportamento característico como na infância, porém a desatenção se acentua. Os adultos possuem muita dificuldade de se organizar, saber quais as prioridades, bem como trocar de tarefa no meio.

Confira a lista dos principais sintomas de TDAH:

• Dificuldade de organização e planejamento.

• Não identificação de prioridade nas tarefas.

• Realização de atividades pela metade.

• Dificuldade em ter autonomia.

• Precisa de ajuda para lembrar das atividades.

• Impulsividade.

• Não consegue avaliar o próprio comportamento.

Segundo a ABDA, é comum o TDAH em adultos ser associado a outros problemas, como ansiedade, depressão, consumo de drogas e álcool.

Veja também — O que é síndrome de burnout: conheça as causas e sintomas

Qual a causa do TDAH?

O TDAH é um distúrbio que possui semelhanças ao redor do mundo. Uma criança no Brasil e outra na Alemanha com o transtorno vão possuir sintomas semelhantes.

Por isso, não há indícios nas pesquisas realizadas no mundo todo que o TDAH seja causado por conta da cultura ou do modo de educação. Nem toda pessoa com TDAH vai ter um filho com transtorno.

O transtorno atua na parte frontal do cérebro e suas conexões. Essa região é a responsável pelo controle de comportamentos. Ou seja, portadores de TDAH possuem alterações com neurotransmissores, substâncias químicas que passam informações aos neurônios.

Assim, a alteração nas substâncias químicas acarreta na capacidade de prestar atenção, se organizar, ter autocontrole, falhas na memória, etc.

Genético

Esse desequilíbrio químico tem como origem o fator hereditário. Não é que o transtorno seja passado diretamente de pai para filho, mas a genética garante uma predisposição ao TDAH.

Problemas na gravidez

Segundo a ABDA, alguns pontos durante a gestação podem afetar na formação neurológica do bebê, deixando-o mais predisposto a portar o TDAH.

Substâncias ingeridas pela mãe

O uso de álcool e nicotina pela mãe é uma delas. Há uma proporção maior de crianças com TDAH quando a mãe fez uso das substâncias na gravidez.

Entretanto, vale ressaltar que os estudos que afirmam isso não detalham os aspectos biológicos que ligam as substâncias à criança com o transtorno.

Os estudos apontam apenas a causa (mães que fumaram e beberam durante a gravidez) e o efeito (filhos com TDAH).

Problemas no parto

Outros pontos que não têm ligação específica, por não afetarem os genes, são problemas no parto. Mães que passaram por isso tendem a ter filhos com TDAH.

Crianças que nascem prematuramente têm mais tendência a desenvolver o transtorno do que as nascidas no tempo adequado. Isto se torna mais provável nas concebidas antes de 36 semanas. O estudo foi publicado em 2018, pela Jama Pediatrics.

Além disso, segundo resultados de pesquisa publicados na revista Pediatrics, a falta de oxigênio no cérebro, ainda no útero, aumenta em 16% a chance da criança desenvolver TDAH.

Problemas familiares

Questões na família certamente não são uma causa do transtorno, porém um ambiente instável pode potencializá-lo.

O que NÃO causa TDAH?

Uma das principais causas do TDAH é a predisposição genética. Por isso, vale listar diversos fatores que não provocam o distúrbio. Veja:

• Fatores culturais

• Métodos educativos

• Conflito psicológico

• Aspartame

• Corante amarelo

• Luz artificial

• Falta de hormônios e vitaminas

Como diagnosticar TDAH?

O diagnóstico do TDAH deve ser feito por um profissional. É importante levar em consideração os critérios apresentados no DSM-IV.

Além disso, alguns fatores variáveis devem ser considerados, tais como:

• Sintomas manifestados antes dos sete anos de idade.

• Comportamentos apresentados em dois ambientes distintos por pelo menos seis meses.

• Geralmente, é percebido na escola.

Mais uma vez, é importante ressaltar que o diagnóstico deve ser feito por um profissional da saúde, seja neurologista ou psiquiatra. Isso evita o consumo equivocado de medicamentos pelas crianças.

TDAH tem cura?

Não, não tem cura, porém o TDAH tem tratamento. Ele alivia os sintomas e, a longo prazo, pode fazer com que os sinais não sejam mais perceptíveis com a chegada da adolescência e vida adulta.

Confira a lista de tratamentos realizados para melhorar os efeitos causados pelo transtorno:

• Psicoterapia

• Metilfenidato, popularmente conhecido como ritalina

• Psicoestimulantes

• Antidepressivos

Na infância, o procedimento é multidisciplinar. Assim, profissionais de diversas áreas podem auxiliar as crianças com os sintomas. É fundamental entender quais as reais necessidades para encaminhar para o tratamento mais adequado.

Quais as reações adversas das medicações?

Quando as medicações começam a ser aplicadas, é comum que as crianças, principalmente, apresentem leves reações.

Como o corpo não está acostumado com algumas substâncias, é possível que sejam apresentados casos de:

• Falta de apetite

• Insônia

• Dor de cabeça

• Desconforto na barriga

• Entre outras

A orientação psicológica é a base do tratamento, não importa a idade. Principalmente com as crianças, ela fornece ferramentas para que possam entender seus comportamentos e lidar com adversidades proporcionadas pelo transtorno.

Os sintomas do TDAH podem ser amenizados com as terapias existentes. Por isso, procure um profissional da saúde para indicar o melhor caminho para lidar com o transtorno.

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