Saúde na velhice: geriatra reflete como etarismo afeta idosos

Está cada vez mais comum ver pessoas de diferentes idades apontando o etarismo e os seus impactos na vida humana. Hoje, mais do que reconhecer o processo natural de envelhecimento e seus impactos na nossa saúde, as discussões sobre o tema permeiam a urgência em combater o preconceito geracional (válido para qualquer idade) e construir pontes para a conscientização sobre a velhice.

Criado em 1990 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional das Pessoas Idosas (01/10) ocorre para sensibilizar a sociedade e alertar os poderes públicos sobre as questões do envelhecimento e a garantia dos direitos de quem já é idoso. Para além disso, a data homenageia esses indivíduos, valoriza suas experiências e sabedorias e induz reflexões sobre as suas necessidades, incluindo a mudança de atitude em relação a esse grupo.

A médica geriatra Ana Laura Medeiros diz que o etarismo, também chamado idadismo ou ageísmo, é a forma como pensamos, sentimos e agimos diante de um indivíduo com base em seu grupo etário. O termo, então, designa estereótipos, preconceitos e discriminação contra uma faixa etária e surge quando a idade é usada para categorizar e dividir as pessoas com base em características que podem causar danos e injustiças.

Tipos de etarismo

Professora mestra em Gerontologia do curso de Medicina do Unipê, Ana Laura classifica o preconceito em três tipos:

– Institucional: refere-se a regras, normas sociais e políticas institucionais que restringem as oportunidades dos indivíduos com base em sua idade;

– Interpessoal: se dá na interação entre os indivíduos;

– Pessoal: a própria Pessoa Idosa pode ser etarista quando internaliza essas ideias preconcebidas e as usa contra si mesma.

O etarismo pode ocorrer de diferentes formas, em diversos momentos e ambientes. As repercussões na saúde de gente idosa são globais e individuais. “Por exemplo, a Pessoa Idosa pode enfrentar discriminação no acesso aos serviços de saúde ou ter suas condições clínicas negligenciadas pelo fato de profissionais ou familiares associarem suas queixas a ‘problemas da idade’. Além disso, a faixa etária 60+ frequentemente é excluída das pesquisas em ciências da saúde, muitas vezes pela dificuldade de se inserirem nos critérios de inclusão dos estudos.”

Individualmente, o etarismo pode ocasionar constrangimento à pessoa idosa, por exemplo, com “sentimentos de inutilidade, isolamento social e solidão, repercutindo em piora na saúde física e mental desses indivíduos, e consequente redução na qualidade e expectativa de vida”, diz Ana Laura.

Envelhecer sem preconceitos é também saúde

Estudos de diversos campos do saber apontam como as sociedades são etaristas, seja pela crença de que a velhice nada traz de bom, imediatismo e produtivismo, seja pelo pensamento de que pessoas velhas são “um atraso”. Contra esses imaginários sociais, a especialista é categórica: o envelhecimento saudável deve ser pautado na valorização e manutenção da autonomia e independência física e psíquica da Pessoa Idosa.

Mas como promover isso? Por meio de estratégias de promoção e incentivo ao envelhecimento ativo pela sociedade e Estado. “O envelhecimento ativo se baseia no tripé oportunidades de saúde, participação social e segurança. Ou seja, cabe aos poderes públicos o empenho em ofertar serviços de cuidados integrados, centrados e adequados à Pessoa Idosa e em garantir segurança social e previdenciária a essa parcela da população”, diz Ana Laura.

Para isso se concretizar, é preciso ter políticas públicas que reconheçam os direitos da Pessoa Idosa à igualdade de oportunidades e de tratamento em todos os aspectos, aponta Ana Laura. Já quanto à sociedade, a geriatra considera o incentivo à mudança na forma como as comunidades pensam, sentem e agem em relação à idade e ao envelhecimento, além da promoção das capacidades das pessoas idosas, estimulando sua inclusão social.

“Para superarmos o etarismo, todos os setores da sociedade e do Estado devem discuti-lo de forma ampla e inclusiva. Não só com a elaboração de políticas públicas, mas fazendo valer os direitos da Pessoa Idosa em todos os âmbitos de convivência e com ações que prezem seu passado e cuidem de seu futuro. Finalizando, meu desejo é que cada indivíduo consiga envelhecer com dignidade, que cada pessoa idosa se realize plenamente em sua família e comunidade, e que suas potencialidades sejam valorizadas. Hoje, e sempre, minha homenagem e gratidão a todos os idosos, por seus ensinamentos, conquistas e sabedoria”, conclui a especialista.

Vestibular de Medicina Unipê 2024

A Cruzeiro do Sul Educacional, um dos maiores grupos de ensino do país e referência nacional em educação de excelência, abre inscrições para o Vestibular de Medicina 2024 referente ao 1° semestre, em quatro instituições, sendo elas: Unipê (João Pessoa – PB), Unicid (São Paulo – SP), Unifran (Franca – SP) e Universidade Positivo (Curitiba – PR).

Para o Vestibular de 2024, serão oferecidas 685 vagas. Os candidatos podem se inscrever até 23/10/2023 para o Vestibular Tradicional, que acontecerá em 28/10/2023. As quatro instituições oferecem outras formas de ingresso, como o uso da nota do Enem, transferência e ingresso via segunda graduação.

A busca por uma formação de excelência na área da saúde é encontrada nas instituições Cruzeiro do Sul Educacional, com um ambiente propício para o desenvolvimento acadêmico e profissional. Para mais informações e inscrições, acesse cursodemedicina.com.br

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