Ao longo da vida, inevitavelmente, por algum motivo nos sentimos tristes. Mas como saber se é apenas tristeza ou depressão?
Os sentimentos estão presente desde que nascemos, seja de tristeza, alegria, medo, raiva, entre outros, sempre vamos sentir em determinados momentos da nossa vida, pois é inerente a condição humana. A depressão não se trata de um sentimento, mas sim de um Transtorno Mental, podendo ser considerado um problema de saúde pública.
Muitas pessoas confundem tristeza com depressão. Porém, importante estar atentos a essa diferença. A Tristeza sempre tem um motivo, é um sentimento que por mais que demore a passar, não ultrapassará de 2 semanas, sendo amenizado e superado com o passar dos dias. A depressão é uma doença que perdura por mais de 2 semanas, sendo uma tristeza continua e profunda, podendo haver um motivo aparente ou não, acompanhado de outros sintomas.
A OMS ( Organização Mundial de Saúde) define a depressão como Transtorno Mental comum e que mais de 300 milhões de pessoas, independente da idade e classe social sofrem com essa doença. E, em alguns casos, quando não tratado pode levar ao suicídio. Mas apesar disso tudo, ainda existe o preconceito que permeia em volta do diagnóstico de pessoas acometidas, sendo estigmatizadas como preguiçosas, frescuras ou fracassadas, por sua vez, mal interpretadas e não levadas a sério .
De acordo com o DSM 5 ( Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais ) os principais sintomas são: Humor depressivo ou irritailidade, desanimo, cansaço fácil, diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente que eram consideradas agradáveis, sentimento de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio, pessimismo, culpa baixa auto estima, sensação de falta de sentido na vida, pensamentos negativos sobre a realidade, dificuldade de concentração, diminuição do desempenho sexual, perda ou aumento de peso, insônia, choro fácil e dores. Outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos (dores na barriga, má digestão, azia, diarreia tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo). No cérebro ocorre alterações químicas significativas, apresentando dificuldade em manter o equilíbrio no nível da noradrenalina e serotonina que são neurotransmissores responsáveis para equilibrar as sensações de satisfação, bem estar e prazer.
A depressão pode ser desencadeada por fatores genéticos, sociais ou aparentemente surge sem motivos, mas geralmente por traumas na infância, perda por separação (fim de relacionamento) ou morte de alguém muito estimável, desemprego, entre outros. Podendo contribuir para a evolução de outras enfermidades como, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças autoimunes e consideravelmente relevante para o desenvolvimento do câncer.
O tratamento é realizado com acompanhamento de profissionais da saúde mental: psicólogo e psiquiatra, com medicação, em alguns casos com equipe multidisciplinar, isso é, com outras especialidades médicas. Não devemos negligenciar o que sentimos, pois somos seres complexos, buscando viver em constante equilíbrio emocional promovendo qualidade de vida.
Para tanto, muitas vezes não temos controle sobre as emoções , pensamentos e sentimentos fazendo com que agrave determinados conflitos que existem dentro de nós, potencializando as dores, dando espaço para que a depressão adentre em nossa vida. Por isso, lembremos que as sementes germinam com as tempestades e com o passar dos dias elas crescem e florescem, brotando as mais lindas flores/frutos. Assim somos nós, diante das dificuldades da vida. Portanto, vamos aproveitar o tempo de chuva para florescer, pois o sol sempre aparecerá. Aprendizagem e superação sempre!
Referencias:
DSM5. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre. Artmed. 2014. Disponível em:<https://www.uniespirito.com.br/arquivos/dsm-v-transtorno-dissociativo-de-identidade.pdf>. Acesso em: 20 de Janeiro de 2019.
OPAS. Organização Pan-Americana de Saúde. 2018. Disponível em:<https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5635:folha-informativa-depressao&Itemid=822>. Acesso em: 21 de Janeiro de 2019.